Se você me fizesse essa pergunta há sete anos, quando me vi perdida nesse universo do consumo materno, eu diria que sim. Com toda a certeza afirmaria que ter filho é caro. Porque é isso que nos apresentam numa vida inteira. Está lá, nos filmes, nas novelas, seriados, propagandas, influencers, e na formação de base passada de geração em geração.

Nos vendem a ideia de quanto menos filho, melhor. E que teremos que trabalhar o resto da vida para comprar fraldas, apetrechos importados, pomadas milagrosas para fissuras e assaduras, leites, roupas, sapatos, e que teremos que vender até a alma para pagar hospital e a disponibilidade médica. Ah, e não podemos esquecer de pagar o plano de saúde. Depois disso tem escolas, aulas extracurriculares e uma infinidade de desnecessariedades.

O que posso te dizer é que na teoria a prática é outra. Criança precisa de itens básicos de higiene e alimentação, pais que as amem muito e se interessem por saber como elas funcionam. Não existe manual, é claro, mas há sinais claros que nos ensinam a lidar com esses seres que são diariamente acusados de nos endividarem ou deixar-nos mais pobres.

Filho é bênção, é herança, é presente, é tudo isso e mais um pouco. Filho é tão bom que até o Bom Deus quis ter um, O Cristo. E posso garantir, com certeza, que a Grande Mãe de Deus não fez o seu enxoval nos Estados Unidos. Ela, e o glorioso São José, ofereceram a Ele o que tinham de mais precioso: amor à Deus.

Mas como ter filhos e não gastar?

Colocando na sua cabeça e na das pessoas a sua volta que filho não é sinônimo de despesa. Os gastos com os filhos precisam ser enxergados como investimento. E é na prática que a gente entende que quanto mais filhos, melhor e mais simples a vida se torna.

Hoje existem brechós, grupos de desapegos, lojas com preços super acessíveis, sites com cupons de desconto e listas reais sobre o que, de fato, é necessário para o enxoval de um bebê.

Quando se tem um filho ele é tudo que você tem. Então, obviamente, não há com quem dividir a atenção, os brinquedos, roupas, calçados, e tudo é daquela criança. Mesmo que o investimento seja mínimo, ele é feito para aquela criança. E quando se tem dois o pensamento e a ordenação são outros: terão que dividir, reutilizar, compartilhar, aprender a lidar com a consequência de ter mais membros para se importar, entre outras coisas.

Já com três eu só vejo vantagens. E como conheço famílias com mais filhos que eu, posso dizer para você que a alegria vivida nesses lares preenche cada dificuldade encontrada. A responsabilidade dos pais aumenta e entendemos que não somos mais jovens adolescentes brincando de casinha. Somos uma família, real oficial! Cheia de manias, com alguns maus hábitos a serem corrigidos, com pessoas diferentes, que precisam trabalhar e oferecer o melhor.

E o melhor também não é sinônimo de caro. O plus, o caro, esse deixo para aqueles que priorizam o conforto material nesse mundo acima de tudo. Para nós, mortais, o básico importa e o barato atende. O pouco, é muito.

– Não vemos mais crianças agradecidas como antes.

É triste ouvir isso. Porque hoje, em meio a tanta informação, redes sociais, consumo exacerbado, criar filho é missão para os fortes. O TER uma família se torna mais importante do que o SER. E como sabemos que o exemplo arrasta, responsabilizo sim os pais que, muitas vezes, na melhor das intenções, suprem suas ausências e falhas com compensações momentâneas e materiais.

Pais precisam ser resolvedores de problemas. Se você não consegue lidar com conflitos, aprenderá quando tiver filhos. Essa pandemia nos ensina a olhar para nossas famílias e priorizar o que realmente importa. Olhar para o básico com gratidão. A dar valor ao possível, ao palpável, e colocar em prática o amor na sua forma mais pura e transparente. Porque como diz Santa Teresa D’avila: “É justo que custe muito o que muito vale”.