Essa foi a pergunta que me fiz quando o Miguel nasceu. O médico disse: “minha missão acaba aqui e a sua começa. Parabéns!” Essa frase ficou marcada em minha cabeça. É linda! Mas, e ai? O que fazer com esse ser? Já dou banho, tenho que colocar para mamar? Quanto tempo fica no peito? Já posso colocar ele para deitar ali naquela caixinha transparente? E quando eu for para casa? O que farei com essa criança?
São muitos questionamentos e ansiedade. Aproveite esse momento, o cheiro do bebê, os detalhes do rostinho, se acalme e pratique o silêncio. Só assim para conseguir fazer o que você mais vai precisar: observação. O comportamento do seu filho está relacionado aos primeiros cuidados dado por você, ainda na maternidade.
Miguel por ser o primeiro, achei que passaria isso com ele e pronto. Até Maria Clara nascer e a Teresa também e eu ter que viver esse sentimento de insegurança tudo de novo. O medo do desconhecido que, apesar de seu, tem sua própria personalidade e uma rotina para ser moldada e estabelecida. O primeiro passo é: ter calma. São as coisas que ninguém conta, né? Dizem que é lindo, mágico, encantador, amor inesquecível, mas ninguém nos fala se já podemos cortar as garras da criança ali ou se temos que esperar. A ordem das coisas ficam confusas para nós, com hormônios nos deixando loucas.
A chegada de um bebê é sempre um encontro com o desconhecido.
Você vai amar o seu bebê, achar ele a coisa mais linda e perfeita desse mundo, mas não vai saber lidar com ele enquanto, de fato, não conhecê-lo. Uma das primeiras coisas é observar. O tal do instinto de mãe se resume em uma boa observação. Acompanhar o bebê, seus sinais, detalhes, dicas, que nos ajudam a entendê-lo melhor. E tem pitaco! Muitos…mas ignore mesmo que queiram ajudar. A responsabilidade do seu filho(a) é exclusiva sua e do pai dessa criança.
Ah! E vocês vão discordar em muitos pontos, mas não é sobre quem ganha essa queda de braço, é sobre o que é melhor para a criança que precisa se adaptar a uma vida extrauterina. Aqui fora é um rolê bem diferente. Sons, luzes, cheiros, aprender a mamar, a dormir, a se acostumar com as pessoas e o ambiente que ela vai passar os próximos dias, meses e anos.
Jamais saberemos a formula certa. E, acredite, não é uma receita para ser aplicada para todos. Cada bebê é um ser individual e o que serve para um, nem sempre vai servir para o outro. Por experiência te afirmo que cada gestação e adaptação em casa, com cada filho, foi de um jeito. Uns, adaptaram-se mais rápido. Outros, nem tanto. E seguimos respirando, chorando, vivendo a experiência do maternar com medo de errar.
Se eu puder te dar uma dica, e não vou falar aproveite para dormir e blablabla, eu diria: esteja bem alimentada, hidratada e, na medida do possível, descansada. O bebê precisa da mãe. Do cheiro, do colo, da voz…e assim, ele vai se acalmar e aprender a se adaptar com o lar. A chegada em casa pode ser descomplicada se antes, nos preparativos para recebermos bem um bebê, nos prepararmos para abertura a essa nova rotina nada simples.
Sempre fui a pessoa organizada, a tia da limpeza, que gosta de ver tudo em ordem e com prazos e horários estabelecidos. Se você é essa pessoa, mude! Aprenda a lidar com improvisos e imprevistos. A comida não ficará pronta no horário todos os dias. E tudo bem! O banho vai ser adaptado para momentos mais curtos e, com toda certeza, as coisas vão desaparecer dos lugares pré-estabelecidos. E isso é uma fase que vai passar, não surte. Aos poucos as coisas voltam a ordem habitual (ou não). Sua prioridade é sua saúde, física e mental, e do seu bebê.
João nascerá em breve e ainda não tenho ideia de como será sua adaptação. Minha casa é uma casa cheia de crianças, ruídos, cachorro, gritos e choros, mas também de uma casa de muita risada, música, sol, visita e diversão. Espero que não surte implorando por silêncio, porque fico mais sensível no pós-parto com esse pequeno detalhe que vai passar, e já observei em outros partos. Exercitar a paciência e implorar por colaboração pode ser planejado com antecedência. Assim, a adaptação pode ser facilitada. Boa sorte por ai.