De volta ao trabalho, e agora?

Considerando o privilégio de ter ficado por seis meses em casa cuidando dos meus filhos, amamentando meu pequeno em livre demanda, e colocando cada coisa em seu devido lugar, inclusive um cochilo maroto com meu bebê e uma tarde preguiçosa assistindo reprises de novelas, posso dizer que estou bem, feliz e sobrevivendo a todas as fases que precisei passar para chegar até aqui.

João já está vivendo a fase de Introdução Alimentar (IA), que detalharei em outro momento, e estamos muito felizes com a nossa babá, que foi um presente de Deus para nossa família nesse momento. Esse retorno sempre foi muito doloroso para mim. E, como sempre, cheguei a cogitar a possibilidade de não retornar, mesmo não tendo essa opção. Então, para que tudo acontecesse tranquilamente, algumas mudanças foram necessárias.

A mais importante, sem dúvidas, foi trocar de local de trabalho. Para minha rotina ser mais leve, física e emocionalmente. Deixei, com meu último emprego, tudo que me prendia a pessoas e práticas “nada católicas” para poder trabalhar com alegria e sustentar minha família. Essa decisão foi consciente e demorei uns bons anos para tomar. Poderia ter tido mais saúde se tivesse arriscado antes. Enfim, a mudança necessária me possibilita trabalhar num ambiente saudável, com pessoas bondosas, e agora, com flexibilidade para realizar os processos exigidos a uma mãe que precisa trabalhar.

Quando falo sobre a volta ao trabalho sempre perguntam qual é o lado bom e o lado ruim. E como está esse distanciamento do João. Ele não sofreu, como já passamos em outros momentos com a Maria Clara, por exemplo, que no sexto mês ela já estava na creche. Ele fica em casa, com a babá, no conforto do nosso lar, com nosso cheiro, com as papinhas feitas por mim, com seus irmãos por meio período, com leite materno, e uma rotina bem tranquila, sempre me esperando com um sorriso choroso, de saudade e “fome”.

O lado ruim, para mim, com certeza, está em não estar com ele por todo o tempo. Mas, sempre bem informada sobre como ele está e como está a adaptação com algo novo. As roupas que ainda não me servem é um fator ruim, rs. Nada que uma adaptação no guarda-roupas não dê jeito. Ah, e não menos importante, mas algo que é incomodativo: o peito que vaza. Esse é um lado bem chato da volta ao trabalho.

Sabe quando você está bem linda e numa reunião importante? De repente, está lá, o peito vazando leite para todos os lados. É incomodativo, é constrangedor, e é normal! Uma mãe trabalhando e que precisa ordenhar, passar por essas e outras e está tudo bem.

João tem seu horários de mamadas e eu sinto, assim como ele, quando passa do tempo. O corpo ainda não compreendeu que não precisa produzir tanto leite assim. Agora, que ele já come, mama menos. E logo logo as coisas se ajeitam por aqui. Por enquanto, é isso. Uns perrengues para nos deixar espertas e vida que segue, porque não podemos parar.

Sabe, tenho visto um movimento de mulheres que se questionam se realmente devem voltar ao trabalho ou se ficam em casa e se dedicam a casa e a família. Se você espera um conselho, eu não te darei. Porque? Por que eu não sei qual a sua necessidade. A minha, com um filho, era de ficar em casa, trabalhar home Office. Com dois, era trabalhar e deixar os dois na creche. Com três, era de ter dois na escola e um com a babá, com quatro eu tive que rebolar para me adequar. Retornar e dar conta do que eu preciso, conforme escolhi com minha família.

Então, se você pode, fique! Fique sem culpe e volte. Se quiser e puder. Se não, fique em paz também. Seja lá qual for a sua escolha, você é mãe e sempre será julgada. Lide com isso.

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6 comentários

  1. Vc é mãe e sempre será julgada é ótimo Simone, bem isso. Eu estou de teletrabalho gestante do Samuel, ainda não comi é a rotina com mais dr um filho. Samuel nasce em fevereiro, Tobias vai para escola meio período. Depois da licença, gostaria muito de continuar de teletrabalho, acredito que sim.

  2. Ops. Ainda não conheço a rotina com mais de um filho eu quis dizer hehe, escrevendo com a mão esquerda, pq a outra está no soro, pq a anemia pegou por aqui rsrs

  3. Oi !!! Boa tarde, achei muito bonito Simone sua posição e suas escolhas.
    Eu passei por tudo isso que vc relatou, foi um filme no meu passado . Mas o interessante que ser mãe é pra sempre amadas , mesmo grande é mãe sempre que eles chamam , acredito que já ouviram um ditado, “ filhos criados serviço dobrado”. Cada um com sua maneira e mãe sempre preocupará com seu filho .
    Parabéns Simone Guedes por ser essa mãe paciente , não é fácil tirar esse diploma rsrsrs.
    Somos graduadas até doutorada e não sabemos.

    1. É BEM ASSIM MESMO. Me vejo pensando em cada situação e já pensando: como vai daqui mais uns anos? No final, pais tem essa missão para o resto de suas vidas.

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