Nesta semana voltam às aulas da galera e já estamos nos organizando com a compra de material escolar. Por aqui, a pesquisa vai sempre no mais barato, que tem qualidade, que dure, e que não seja de personagem (custa muito mais caro). Também garantimos a reutilização de materiais que possam ser incluídos num novo ano letivo. Aqueles aproveitáveis, vão para a mochila, o que não tem condições de uso vão para o lixo, e o que ainda conseguimos utilizar, fica em casa, para o uso coletivo do cantinho de leitura e artes.
O fim das férias significa a readaptação à rotina que criamos em 2022. Horário para acordar, fazer a tarefa, brincar, almoçar, se preparar para a escola e, o mais importante, o retorno da escola. Saber da criança tudo que aconteceu, sem um interrogatório agressivo e com curiosidade, pode ajudar muito nesse processo de integração.
Nos primeiros dias todos nós precisamos nos adaptar, não só as crianças. Sair da rotina é muito fácil, mas retornar para ela, é complicado para quem não tem experiência. As crianças querem brincar na rua todos os dias, por exemplo. E tenho vizinhos que gostam e permitem até durante a semana. É hora de lembrar a criançada: você não é todo mundo! Você é único e tem compromissos…o final de semana está bem aí! Acabaram as férias. Sigamos! A vida acontecendo.
Frustra? Não sei… mas preferimos que a galera colabore com nosso modelo de organização. Assim, a ordem estabelecida fica mais prática para que as tarefas do dia-a-dia tenham desempenho e rendimento. Não é segredo para ninguém que para adaptação você precisa de repetição e constância. E isso as crianças precisam aprender desde muito cedo. Ordem importa!
Como cada criança está vivendo uma nova fase por aqui, vou começar falando sobre a rotina do Miguel, que já vai fazer 9 anos nos próximos dias. O primogênito daqui de casa está naquela fase que não quer ser criança, mas também não é adolescente. Ficar ocioso é correr para as telas. Algo que nas férias virou uma rotina e agora deixará de ser.
O desafio para ele é mais simples: preencher o seu tempo livre com atividades pré-estabelecidas. A agenda ou um quadro com tarefinhas ajuda muito, pois ele já sabe ler e gosta de se sentir útil. Então é: acordar no horário, tomar café, se higienizar com decência (porque tem dias que há fiscalização e a coisa é tensa), fazer a tarefa da escola, e caso não tenha, ler algum livro e, em alguns dias da semana, sair para brincar de manhã, retornando sempre antes do almoço para preparar o material do dia, o lanche, que ele mesmo já consegue preparar, almoçar e ficar pronto no horário para ir para escola.
Não é simples viver esse corre. Nesse meio período vai ter briga, TV, abstinência de celular, e muita resistência e reclamação. Mas em menos de duas semanas a rotina estará restabelecida.
Já Maria Clara, que tem uma personalidade mais forte e menos colaborativa, a resistência será maior, mas não impossível de aplicação. A linda filha do meio gosta de rua. Ela está empolgada porque inicia sua primeira semana na nova escola, mas também é uma realidade assustadora, num colégio maior, sem muitas brincadeiras e mais tarefas e atividades, e teremos um pouco mais de atenção e paciência com ela.
Em casa, seguiremos todos acordando no horário, tomando café da manhã, insistindo pela independência da Maria Clara, que já vai fazer 6 anos, e colocando ela de volta ao eixo para a realização de pequenas atividades em casa. Como: passear com a cachorra (Garapa), organizar seu quarto, material e brinquedos, que já é habitual, fazer a tarefa do dia e, depois disso, liberar para brincar aqui na rua com as amigas que também estiverem estudando no mesmo período.
A tarde é aula e umas boas semanas de conversas e incentivos para que se adaptem à nova rotina em casa e na nova escola. Serão dias intensos por aqui, mas nada que não consigamos resolver. Se tem algo que gosto e insisto é na disciplina com a rotina deles. Por isso, uma semana antes de voltar às aulas, já começo a comunicar que teremos mudanças, que as aulas vão começar, que teremos mais atividades e menos brincadeiras e telas, até para que não sejam surpreendidos.
Maria Teresa, a minha zero três, ainda não tem previsão de ir para a creche. Estamos pleiteando uma vaga e aguardando ser chamada. Ela será a que mais vai sentir nesse início. A ausência dos irmãos, do barulho, da bagunça, da correria, vai impactar em uma criança que regressa. O desfralde, que caminhava tão bem, já dá sinais de regressão. Ela está mais apegada, ficará ainda mais dependente, e nós, todos, lutando para conquistar a independência. Aqui, a ensinaremos, com muito zelo, a se higienizar sozinha, a preparar suas roupas e se vestir e fazer todas as atividades de rotina da manhã com os irmãos, até para se sentir incluída e facilitar nossa nova rotina quando João chegar, em abril.
Ter filhos e educá-los de maneira responsável não é difícil. E não estou falando sobre quantidade, é sobre a qualidade do que lhes é prioridade. Nossa família tem prioridades que não abre mão e as crianças já conhecem. Mas isso, estabelecido desde muito cedo. A chegada do João será impactante para todos, e nova rotina será feita e aplicada, assim como com os demais, quando nasceram. Descompliquemos o básico. E sucesso na rotina por ai.