Precisamos falar sobre os desafios do primeiro mês de vida, mãe e bebê. Não dá pra separar uma pauta da outra. São situações que se complementam, mesmo após a separação do cordão umbilical. Esses, de fato, são os sobreviventes do primeiro mês de vida de um recém-nascido. São tantos acontecimentos por aqui que dessa vez eu resolvi fazer um diário de bordo com cada dia que passamos de alegrias e perrengues. Espero disponibilizar em breve aqui no site.

A chegada do João me deixou mais calma. Por incrível que pareça não foi tão ruim e cansativo como imaginei. E olha que eu me preparei para o Apocalipse. De tanto ouvir coisas estranhas sobre ter filhos, geralmente de quem não tem filhos, fiquei receosa de muitas coisas. E João me fez enxergar tranquilidade e normalizar situações que, em outros momentos, eu agiria com desespero. O quarto filho nos traz segurança. Saber lidar com um engasgo de amamentação, por exemplo, não me tira mais o sono.

Os cuidados com a higiene do bebê a gente tira de letra no quarto filho. E vejo o quanto evoluímos juntos. Eu, a mãe dele, e também seus irmãos, os melhores seres desse mundo, sua família. E quando me perguntam sobre adaptação e ciúmes, eu digo com alegria: não há! As crianças amam o João e cuidam dele tão bem que me deixam com coração quentinho. Não teve ciúmes, regressão, caos, como nas primeiras vezes. Nossos filhos gostam e querem uma família grande.

Tivemos perrengues loucos aqui. A internação do Eduardo aos dez dias de vida do João me desestabilizou. Fisicamente bem, a mãe de pós-parto não teve um resguardo tranquilo. Estamos fazendo o que é possível e com o que temos. Foram dias difíceis, de organização de rotina, sem cólica, com as dores de um quarto pós-parto. E esse, sem dúvida, o mais sentido em meu corpo e mente. Que difícil tudo isso!

Nunca imaginei que fosse sentir tanto uma amamentação. A quarta vez é um recomeço. E o corpo e a mente sentem. Também tivemos que lidar com problemas de saúde na família. Acompanhar exames, internações, hospitais e uma loucura toda de conciliar esse rolê com a rotina das crianças e as aulas. Eu e João estávamos lá. Mesmo sem poder, fazendo o que era possível.

Ganhamos dores, cansaço físico e mental e um resfriado de brinde para celebrar o primeiro mês de vida do pequeno. E que loucura! João ainda não passou por uma consulta desde que nasceu. Sabe porque? Não deu tempo! Ainda estamos nos acostumando com a rotina. Ainda sinto o pós-parto em meu corpo. A minha saúde mental está controlada, mas ainda sinto…está vacinado. O que alivia a minha culpa.

As madrugadas com o João são como todas as madrugadas com os pequenos nesses dez anos de pós-parto. Solitárias. É uma mistura de sono com dor e cansaço. O encontro das mães nas redes sociais permanece, para minha alegria e saúde; e os papos e trocas, em dia. Algo de bom tem que ter nesse momento tão delicado.

Ah, e a rede de apoio? Temos. Temos bons amigos que nos ajudam. Mas a rede de apoio e mão de obra paga, não temos mais. Tivemos problemas, desgaste, falta de compromisso e decepção. Quanta coisa passamos por aqui. Agora, seguindo a vida com tudo isso: Filhos, casa, comida, mãe uber e tudo que vier.

Que cansaço! Que saco esse primeiro mês. Problemas zero com o bebê. Mas o mundo que estamos vivendo, ao nosso redor, caos total. Mãe e bebê precisam de cuidados. Corpo e mente. É por aqui, fazendo o que dá. João me faz levantar e sorrir todos os dias. Os hormônios ainda instáveis, mas seguindo o baile conforme a música.

O primeiro mês é isso: sobrevivência. Ser mãe é para os fortes. E tem dias que não estamos tão fortes assim, e tudo bem. Sobreviva! Proteja você e o bebê. Seja egoísta nesse primeiro mês. Permita – se, ou surte se preferir.