A chegada de um filho em casa é sempre encantador. Lembro que quando Miguel nasceu e chegamos em casa eu fiquei perdida. Me senti idiota, mas fiz o que encontrei na Internet, apresentei a casa para ele. E era um apartamento tão pequeno que em menos de 30 segundos já tinha conhecido a casa toda.
Passamos dois anos naquele lar. Foram os dois primeiros anos de vida do nosso primogênito no nosso apê. Já com a Maria, o rolê foi mais intenso. Já morávamos em casa, com quintal, com crianças brincando na rua, com o irmão enciumado e numa regressão bem natural para o irmão mais velho que estava sendo promovido.
Teresa, quando nasceu, nossa menina da pandemia, nos fez ver que nossa casa não era tão grande assim. E manter a rotina de trabalho home, sala cheia de brinquedos, criança estudando online no quarto ao lado, era uma nada boa missão para pais de terceira viagem. Foram dias inesquecíveis. Todos com covid, todos com medo, e uma confusão só.
Lembro das crianças encantadas com a Teresa. Da minha mãe cuidando de nós, dos vizinhos e amigos nos ajudando com medicação e compras no mercado. Dias difíceis e dias de muita caridade e compaixão. Miguel queria apresentar a irmã para todos os seus colegas e professores. Em cada nova aula, lá ela estava, para dar oi para a turma.
Maria Clara, que era o centro das atenções, não gostava da ideia de outras pessoas se aproximando da irmã que ela tanto pediu. Teresa, Miguel e Maria são unidos. Eles brigam e brincam muito! E se ajudam, se cuidam, são parceiros. Esse ponto era um dos que mais eu tinha medo durante a gestação.
E se não quiserem o João nesse grupo que já está estabelecido? E se regredirem? E se Teresa, que acaba de entrar numa creche, não aceitar mais a escola que tanto lutamos para conseguir uma vaga? Eram muitas teorias em minha cabeça. Aí João nasceu! E eles amaram. Choraram a espera para conhecer o irmão, reclamavam de não ter mais bebê na barriga da mamãe porque amaram acompanhar essa fase, brincar com o irmão que muito chutava, além de pintar, massagear e hidratar o barrigão. A maior que tive em todas as gravidezes.
Conheceram o João por chamada de vídeo e meu coração derreteu. Eles diziam: Eu te amo, meu irmão. Vamos brincar muito. Logo vamos para nossa casa. E foi emocionante.
Já em casa, todos reunidos, a disputa pelo colo. Miguel, o emocionado, é o grude. Realizou o sonho de ter mais um menino em casa e ainda fica perguntando toda hora se o irmão está bem, se ele já consegue enxergar, se ele sabe o quanto são parecidos, e conta altas histórias de futebol para o irmão que o observa atentamente.
A voz da Maria Clara encantou o pequeno. Ela tem ciúmes, como sempre, de todos os irmãos. Quer ser a primeira, sabe. Então, finge não se importar, mas na sua cara está o encantamento e a frustração de ter que dividir a atenção do irmão com os demais. Hoje, minha ajudante mais solicita, Maria está disposta e pedindo uma missão.
O banho é com ela. Já sabe a rotina e onde estão as coisas que vamos precisar. A frase que João mais ouve dessa mocinha linda é: se acalme, meu amor. A mana tá aqui. Segura minha mão, lindo.
Ela é comédia demais. Maria Clara é amorosa, do jeito dela, e de poucas palavras quando irritada ou enciumada ela fica. O dia que João chegou ela queria ser a primeira a segurar, mas não me falou. Frustrada, saiu batendo porta e todos sem entender nada. É preciso paciência e muito diálogo, mas já sabemos como lidar com ela.
Já Maria Teresa, minha loira de três anos, foi a surpresa mais linda que recebemos nesse pós-parto. Chegar em casa e ver os olhos dela brilhando, encantada com o irmão, repetindo por diversas vezes que o ama, que ele é lindo, k amor do coração dela… Não tem preço. Teresa quer o João pra ela. Super grudenta, ela o vê como um boneco.
E mesmo estabanada, com a mão pesada, ela é a beijoqueira oficial. Gruda nele quando chega alguma visita e dá limite para quem está segurando. Eu já aviso de cara: fique o tempo que precisar, Teresa vai ficar bem. E aproveito para dar colo e cafuné para ela.
Não teve regressão. Não teve estranhamento. Parece que era isso que eles esperavam, por esse bebê, por essa loucura boa de casa cheia. Teresa está cada dia mais apegada com o pai, não tem acordado na madrugada e fugido para minha cama, como na gravidez, e a escola é a prioridade dela. Despede de mim, do João, e vai.
Quando chegam da escola ela quer ser a primeira a ver, beijar, segurar. Agora, temos uma rotina ensaiada desde os tempos da barriga. Ou seja, dias atrás. Chegam da escola, tomam banho, colocam a lancheira na pia, organizam material da escola e ponto. Estão aptos para sentar no sofá e segurar o pequeno. Ele gosta de dormir nesse horário que chegam.
Eu não preciso falar, eles sabem que temos um bebê. Então, até a briga deles ganham um tom mais silencioso. As discussões são num tom abaixo para não acordar o pequeno. E as funções de cada um, nessa grande família, vai se estabelecendo.
João é uma agradável surpresa e companhia. As madrugadas do meu menino comigo são simpáticas até aqui. E claro que não será sempre assim. Daqui a pouco começam os picos de crescimento, estirão, mais tempo acordado e mamando, mas essa primeira semana eu quero lembrar com gratidão. Deus foi generoso e eu preciso contar.
Ter uma família grande implica em muita coisa. E essas, sempre vistas de forma negativa. Mas, para nós, está sendo incrível. Maria Clara me perguntou quando terei o quinto filho. Falei que não sei, mas que para hoje temos o João para amar e cuidar, e que tudo tem o seu tempo. Ela me pediu para não demorar e que ela sempre estará aqui para me ajudar. Estamos muito próximas. Ela quer saber sobre o parto, fralda de mulher, peito cheio, de onde vem o leite, e começando a compreender o milagre da vida.
Que esse encantamento dure é frutifique o coração dela e dos seus irmãos. Eles não se espantam ou fazem perguntas como já ouvi até de outras crianças: como você dá conta? Eles sabem que somos uma família. Nós nos amamos, nos ajudamos e nos defendemos. Dou conta porque somos em muitos. E quanto mais, melhor e mais fortes focamos.
Estou esperando o quarto também depois de duas meninas e um menino! Imagino que será como aí: uma alegria!
Como é linda a sua família! Num mundo onde as pessoas estão desistindo de ter filhos, porque “o mundo está muito violento”, ver sua família crescer com tanto amor, é ter esperança num mundo melhor. Por mais casais que queiram ter muitos filhos num lar com muito amor, são essas crianças educadas num lar como o seu, onde o amor e o respeito são a base de tudo que teremos um mundo muito melhor. Bjussss.
Ah que emocionante chorei junto com tanto carinho e afeto! Deus é tremendo e ter uma família grande é benção ❤️ parabéns por aceitar esse chamado divino e sim, acredito que quanto maior a família, maior o amor a união e o companheirismo! E tudo absolutamente tudo se ajeita!
sem palavras que família linda!
Que felicidade, família grande. Muito mais amor. Deus abençoe ❤️ Tive três filhos e Deus me presenteou com o quarto (meu João, meu neto) Só alegria e felicidade
Ter um João em casa é bom demais. Bjo
Onde aperta para curtir um milhão de vezes ??? Que lindo que lindo , me emocionei
muito !Parabéns pela família linda que vcs tem . Desejo o melhor de Deus na vida de vocês. Uma chuva de bençãos…
Muito obrigada, Banny! Somos o que temos que ser. Deus abençoe. Bjo
Deixe um comentário