Último dia de março e para bem celebrar esse mês da mulher quero te trazer esse texto que tanto mexe conosco, mulheres, mães, em alguns períodos de nossas vidas. Primeiramente, respira, não pira, e lembre-se que tudo passa. Já quero começar esse texto, que fala sobre vaidade, autoestima e pós-parto, dessa forma direta e reta.
Dia desses eu estava me recordando sobre como doeu me ver no espelho depois que o Miguel nasceu, há quase dez anos. A gravidez revela curvas, excessos, hormônios, mudanças de humor e, em muitos momentos, faz com que mulheres não queiram ou gostem dessa fase pelas mudanças físicas que aparecem em cada uma.
Me lembro que eu pesava 50kg! Não podia doar sangue porque não conseguia atingir o peso mínimo exigido para doação. Fui magra a minha infância inteira, era alta e a varapau, a Olívia Palito, e todos os apelidos relacionados a mulheres com o mesmo biotipo que o meu.
A gravidez do Miguel me fez ganhar 33 kg. O que não me incomodava, já que me vi com curvas lindas, peito, bunda, barrigão, pernão e nada de manchas no rosto. Corpo de menina para mulher. Foi uma transição linda até o Miguel nascer e eu ter que encarar o pós-parto.
O que sobra depois que nasce o bebê é uma mãe, com dores, sangrando por dentro e por fora, com seios feridos, com quedas de cabelo e com corpo desfigurado. É isso mesmo. E dói viver essa fase que é passageira.
Depois de um tempo, enxerguei o pós-parto como mãe e não como mulher. Sempre fui muito vaidosa e me custou compreender que para ser mãe há consequências. E que um corpo sarado não é nada perto do prazer de contemplar o milagre da vida se desenvolvendo fora da barriga.
É justo que muito custe o que tanto vale, como dizia Santa Teresa.. E olhar para o Miguel bem, saudável, sabendo que aquela fase de pós-parto passaria, foi fundamental para chegar até aqui e todos os partos que já encarei.
A mãe que ficava em casa de pijama, sofrendo, querendo a barriga tanquinho de volta, era uma menina chorona e mimada! E nada eu fiz ou faria para reverter aquilo. Minhas escolhas foram: comer, me divertir, curtir a gestação e ter um bom parto. Isso eu tive em todas as vezes.
Mas nesse mar de escolhas que a vida nos possibilita, precisamos tomar decisões. Por exemplo: mudar os hábitos em outras gestações, depois dos partos, antes de engravidar, hábitos saudáveis, boa alimentação, exercícios físicos regulares, ou talvez uma poupança para implantes e cirurgias plásticas.
Não tem fórmula mágica. O corpo muda e você vê isso acontecer desde que é uma criança. Cada fase que vivemos é uma descoberta. Cabelo, pele, visão, audição, tudo envelhece e fica mais próximo do prazo de validade. Aceitar esse processo e encarar o espelho é sinal de maturidade.
Ser mulher é pesado. Você já acorda pensando em que roupa vai vestir, o que vai calçar, qual maquiagem vai passar, quantas reuniões você vai ter, como vai ser para lidar com outras pessoas que estão passando por coisas melhores ou piores que você, é uma infinidade de pensamentos e decisões que precisam ser tomadas por nós, mulheres.
E se reencontrar é sofrido. Assim como encarar o espelho e compreender que aquela carcaça que você está vendo, passará. E dá para melhorar! Uma das coisas que mais me recordo no pós-parto da Teresa, minha zero três – bebê de Pandemia, é que eu amava escolher as roupas para ficar em casa, bem arrumada, maquiada, testando cremes nos cabelos, testando produtos e maquiagens, usando calçado que eu não usaria em casa, me admirando por ser a mãe e conseguir ficar bem, estando em casa.
Se reconecte. Se comprometa. Você não é a esposa do Zé Felipe e a blogueira da academia que malha maquiada, mas você pode ser a mulher que aceita seu biotipo, se encontra e se desafia em roupas mais coloridas, estampadas, muda um corte de cabelo radicalmente, e se torna uma mulher mais amada por si. Se joga!
Um dia por vez
Ótimas dicas. E não há nada mais maternal que as estrias e nada mais feminino do que celulite: mães, vocês têm privilégios incríveis da maternidade.
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