Nasceu. E agora?

Se acalme, mulher! Não é sobre o João. Estamos vivendo o final da trigésima sexta semana e, a partir da semana que vem, todo dia é dia. Hoje vou te falar sobre esse tema porque me lembrei como foi quando Miguel nasceu. O médico disse: “minha missão acaba aqui e a sua começa. Parabéns!” Essa frase ficou marcada em minha cabeça. É linda! Mas, e aí? O que fazer com esse ser? Já dou banho? tenho que colocar para mamar? Quanto tempo fica no peito? Já posso colocar ele para deitar ali naquela caixinha transparente? E quando eu for para casa? O que farei com essa criança quando ela chorar e não tiver nenhuma enfermeira ou médico por perto?

São muitos questionamentos por vezes engraçados e desesperadores. Ficamos desconfortáveis, ansiosas, com familiares ali, esperando ou ensinando coisas e só queremos dar conta do rolê e saber por onde começar. Esperamos um comando! Filho obediente é assim, fica aguardando uma autorização para cuidar dos filhos e não temos isso. “É seu, parabéns, lide com seu filho para sempre”. Aí a ficha cai.

Descobri que isso é só a ansiedade gritando dentro de nós. Hoje, te digo: Aproveite! Esse é o momento de cheirar o seu bebê, de observar todos os seus sinais de nascença, de registrar na sua memória afetiva todos os acontecimentos para chegar até aqui. Observe os detalhes do rostinho, dos dedinhos…aproveite o silêncio e contemple. O comportamento do seu filho está relacionado aos primeiros cuidados e contatos que tem com os pais.

Você sabia que o bebê sente quando está no colo de alguém que não tem segurança nem para pegá-lo? Pois bem. Bebês, assim como nós, pais, precisam de segurança. E isso tem que começar desde o planejamento do parto até o nascimento da criança. Claro que não é assim tão fácil, não tem um botão para nos preparar. Mas se eu tivesse recebido essas dicas, muita coisa teria sido diferente por aqui.

Miguel, por exemplo, por ser o mais velho, foi o que mais sofreu com minhas inseguranças. Ele era muito grande e eu não tinha hábito em segurar bebês. Os banhos eram choros assustadores de nós dois. Ele com medo de cair e eu com medo de derrubá-lo. Com Maria Clara eu já tinha um pouco mais de segurança, mas ainda assim sofremos com muitos perrengues pós-parto que não tive como evitar. E com Teresa, minha segunda menina, que achei que seria moleza por ser mãe de dois, foi terrível! Desaprendi a amamentar e sofremos juntas.

O medo é incapacitante, o filho, apesar de seu, tem sua própria personalidade e uma rotina para ser moldada e estabelecida. O primeiro passo é: ter calma. São as coisas que ninguém conta, né? Dizem que é lindo, mágico, encantador, amor inesquecível, mas ninguém nos fala se já podemos cortar as garras da criança ali ou se temos que esperar. A ordem das coisas ficam confusas para nós, sem contar os hormônios que nos deixam loucas. E sim, vou passar por tudo isso de novo daqui uns dias e venho te contar dessa loucura que, graças a Deus, passa.

A chegada de um bebê é sempre um encontro com o desconhecido. E aprender a amar esse ser fora da barriga é muito bom.

Mãe, você vai amar o seu bebê, achar ele a coisa mais linda e perfeita desse mundo, mas não vai saber lidar com ele enquanto, de fato, não conhecê-lo. Então, observe. O tal do instinto de mãe se resume em uma boa observação. Acompanhar o bebê, seus sinais, detalhes, dicas que nos ajudam a entendê-lo melhor e a lidar com as pessoas nessa fase tão delicada. Então, os pais saberão o que fazer. Todos querem ajudar! E muitas vezes há atrapalhos para o bem. Chamo de Enviados do Além. Eles chegam, do nada, com pitacos e histórias que deram certo (ou não)  lá com a vizinha da prima da irmã da sua vó, e querem que a sua maternidade seja compartilhada.. Não se esqueça, seu filho é único! Se aplica a ele aquilo que você e o pai, entenderem e observarem que seja o melhor para a criança. É quando a responsabilidade fica palpável e você precisa ser a mãe e tomar decisões. Não terceirize e tome conta da sua maternidade. Abraço e boa sorte por aí.

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