A expressão surgiu da variação da frase: “quem pariu mantém e embale”, que significa a mesma coisa. Ouvi muito essa frase de minha mãe, quando criança, sempre que alguém precisava tomar sua responsabilidade. Ela soltava essa e eu me divertia muito. Aliás, tenho uma série de expressões que ouvi dos meus pais e avós e que quero compartilhar com vocês em outra oportunidade.
Hoje, dia 26 de julho, celebramos o dia dos avós. E você sabe o porquê dessa data? No Brasil, nós dedicamos esse dia tão especial aos pais da Virgem Maria: Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus Cristo! E que maravilha é ter pessoas com sabedoria por perto de nós, que amam nossos filhos, cuidam, zelam, e reconhecem os erros que cometeram conosco, reparando com amor dobrado sobre nossos filhos.
Nesse dia dedicamos nossas orações àqueles que cuidaram de nós quando pequenos e que hoje nos auxiliam nos cuidados com nossos filhos.
Nesses dez anos de maternidade ouvi muitas histórias de mães e avós. Uma das principais queixas está relacionada com os cuidados dos avós com seus filhos. Nem todo vô ou vó, por exemplo, consegue compreender seu devido lugar nesse universo. Digo isso porque nem todo pai sabe como lidar ou compreender a forma de amar do outro. Muitas vezes, exacerbada.
Avós são mais que rede de apoio, são família. E eles também precisam aprender a lidar com os afetos “avolíscos” e colocarem – se em seus devidos lugares. Cabe aos pais, com seus pais, avós de seus filhos, estabelecerem diálogos e limites para que não se confundam os papéis e ações paternais.
Avós não têm autoridade sobre nossos filhos. Pasme! E esse é o primeiro ponto que trago para você que terceirizou sua responsabilidade paterna e materna. Corre e resolva isso hoje porque ainda dá tempo. Eles estão aqui para amar, para sorrir, celebrar conosco as conquistas, mas a educação dos nossos filhos cabe a nós, pais! Pais orientam os avós sobre o que decidiram e permitiram a seus filhos. Os cuidados com a criança, decidido pelos pais, por exemplo, não podem ser modificado porque os avós tiveram um final de semana com a criança e acharam que do jeito deles seria melhor.
Eles tiveram o tempo e a oportunidade de serem os melhores pais que nós podíamos ter. Mas hoje, o respeito pela família dos filhos e cuidados com os netos, devem ser explicados aos avós com caridade e por seus filhos. E é comum querer evitar esse tipo de situação delicada na família (especialmente hoje). Muitos pais preferem se afastar do que enfrentar o problema, o que não é saudável nem para as crianças e nem para os avós.
O diálogo sempre vai ser o melhor caminho. Alô papai e mamãe: que o seu não, seja não, e o seu sim, seja sim.
Uma das histórias mais absurdas que ouvi foi de uma avó que oferecia o próprio seio para o neto. Em que momento, de desespero ou encantamento com a maternidade alheia, isso foi permitido? O que um seio sem leite tem a contribuir para acalmar uma criança que não é sua?
Falta amadurecimento. E muitos avós não sabem seus lugares como senhores e senhoras que amam seus netinhos sem querer o lugar de pai e mãe de uma criança que não é deles. Isso eu digo com todo respeito e admiração pelo apoio dado aos pais, que estão iniciando essa jornada e precisam de socorro, mas não de pessoas que roubem seus papéis.
Há avós que ensinam e incentivam as crianças a chamarem de pais aqueles que são avós. Mesmo aqueles que moram com os avós, esses precisam compreender que a geração que está com ele, zelando e cuidando, é um responsável da família que tem por obrigação ensinar a criança a crescer e amadurecer, sabendo o papel de cada membro da família.
Crianças são seres inocentes, vulneráveis, dóceis e muito ingênuos. Não precisam de exemplos de como enfrentar a autoridade dos pais. Não é uma competição! Isso é triste. As crianças que são submetidas a esse tipo de situação, pelos avós ou pelos pais, é afetada e fica sem compreender se há amor ou uma guerra na família. Entende que eles vão ter que escolher um lado? Chamar a criança para morar com vocês, por exemplo, é tortura para eles, e essa brincadeira que parece inofensiva tem nome: Chantagem emocional!
Com todo amor do mundo, entendam: avós são avós e pais são pais. Todos tem sua importância e papel na vida desses pequeninos. Na dúvida de como agir, pense: o que Santa Ana e São Joaquim fariam com Jesus nessa situação? Chantagem, competição, enfrentamento? Talvez eles esperassem que Maria e José fossem os pais e zelassem pelo menino Deus.
Rezo a Deus para que essas palavras sejam recebidas com amor e caridade. Não é desabafo ou indireta, são verdades que precisamos enfrentar e lidar como adultos. Tenho duas avós, não conheci meus avôs, e as melhores lembranças que tenho com elas são de boas refeições feitas para toda família, cheiros da casa delas, brincadeiras com meus primos e tios, dias felizes que me possibilitaram aproveitar e criar memórias com as histórias que elas me contavam.
Hoje, as bisavós dos meus filhos agem como deve ser. E as avós também. Avós e vovôs amorosos, zelosos, que compreendem seus lugares e nos ajudam a ter uma vida e família saudável. Elas, em suas limitações, amam, abençoam, rezam e aproveitam a gritaria da galera presencialmente, por fotos ou vídeos. Cada uma no seu papel de mãe, avó e bisavós. Todos incríveis com meus filhos e que tenho um orgulho danado de dizer: aqui da certo. Amo vocês, vó Dina e vó Tóti. Feliz dia para as minhas queridas e amadas avós.